Na sua definição, burocracia é um conjunto de regras que devem ser cumpridas para tornar as operações de trabalho mais eficientes. Mas no imaginário das pessoas, burocracia é algo lento e sem eficiência. Há um ponto no meio desses dois extremos que justifica o que vivemos no Brasil hoje: o excesso desse conjunto de regras, que perde seu caráter eficiente.
Ainda de uma outra forma, ela foi associada a etapas. Você tem que ultrapassar diversas etapas para concluir suas obrigações. Abrir uma empresa é oneroso e exige inúmeros processos, assim como abrir uma conta em banco. Para o empreendedor, ela é um desafio em especial.
Entenda qual é o panorama da burocracia no empreendedorismo brasileiro
É importante notar que a falta de produtividade do país está ligada de três formas diferentes a empresas, segundo a Endeavor. A primeira delas é na abertura de um novo negócio.
Você pode levar mais de seis meses para abrir de fato uma empresa no país, enquanto nos Estados Unidos você faz tudo online e já tem acesso ao seu CNPJ uma hora após a solicitação. Fora o tempo, tem o dinheiro. Você precisa emitir documentos, reconhecer firma, fazer declarações, o que já faz com que você comece sua empresa gastando uma bela de uma grana.
A segunda forma que a Endeavor identifica sobre a falta de produtividade ligada à burocracia nas empresas é quando ela afeta suas operações. Documentos, certificados, impostos excessivos. São muitas horas gastas só para cuidar disso. Abre gargalos. Você não destina toda sua eficiência para outros lugares.
As informações sobre controle tributário e toda a regulamentação envolvida é escassa e de difícil acesso, o que torna todo o processo mais penoso e demorado. Como resultado, apesar da dedicação dos empreendedores nessa burocracia, mais de 39% de todas as empresas brasileiras têm pelo menos uma pendência de pagamento de tributos federais ou no próprio cumprimento das exigências, segundo uma pesquisa realizada pela Neoway.
A terceira forma da burocracia se manifestar nas empresas é exatamente no fechamento delas. Para se ter uma noção, segundo a Neoway, mais de 3 milhões de CNPJs estão ativos na Receita Federal, apesar da baixa probabilidade de ainda estarem atuando no mercado. Esse número engloba os micro, pequenos e médios empreendimentos, que por algum motivo, muito provavelmente alguma pendência na Receita Federal ou outro órgão ou etapa, não conseguiram chegar ao fim do processo.
Independente da forma que a burocracia se manifesta, uma coisa é clara: é preciso ter um maior incentivo do governo para ajudar no ciclo de vida das empresas. Assim, empreender seria mais simples e muito provavelmente mais adotado por quem pensa em ter o próprio negócio um dia.
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