Banco tradicional ou digital? 92% dos usuários possuem conta nos dois, aponta pesquisa
Além da maior procura por bancos digitais, os serviços de pagamento online também já fazem parte da vida de 96% dos entrevistados.
O levantamento foi realizado em agosto deste ano pela Rapyd com a participação de 431 entrevistados de todo o país
Seja por custos mais baixos ou maior agilidade nas transações, as contas digitais estão conquistando cada vez mais os brasileiros. De acordo com um estudo da fintech israelense Rapyd, 83% dos brasileiros já confiam em bancos digitais a ponto de manter o dinheiro apenas nestas instituições.
Apesar dos pontos positivos listados pelos participantes, que também incluem a menor burocracia para a abertura de contas, a segurança ainda traz reticência para os usuários que buscam aderir ao modelo digital. Dentre os entrevistados, 59% afirmam que não deixariam de usar as contas que possuem em bancos tradicionais.
Para Ximena Azcuy, diretora de parcerias e desenvolvimento de negócios para as Américas da Rapyd, essa afirmativa de falta de segurança, que é diretamente ligada aos bancos digitais, precisa ser desmistificada.
“A capacidade desses bancos de enfrentar e evitar potenciais ameaças de segurança e reagir a elas pode ser ainda mais rápida que os tradicionais, devido à sua tecnologia de ponta e o fato de haver menos interação humana, substituída pela automação. Além disso, os bancos digitais também precisam obedecer às regulamentações locais sobre procedimentos e protocolos de segurança de dados”, afirmou Azcuy.
Mas a característica presencial dos grandes bancos ainda pesa na escolha pelo modelo tradicional para 38% dos participantes, que afirmam gostar da comodidade de poder resolver questões em uma agência física.
Apesar disso, eventuais barreiras não parecem impedir os usuários de adotarem o modelo digital. De acordo com a pesquisa, 99% dos entrevistados possuem contas em bancos tradicionais, enquanto 92% deles também já estão presentes no segmento digital.
“Vendo os dados sobre a adoção dos bancos digitais no Brasil, tendo a acreditar que em alguns anos podemos ver isso acontecendo”, diz Azcuy sobre a possibilidade do percentual se igualar ou até inverter.
Ela também afirmou que vê a movimentação dos bancos tradicionais na tentativa de balancear essa mudança. Mas, ao mesmo tempo, ressalta que pode ser desafiador travar o avanço dessas fintechs.
Agora, quando o assunto são as instituições digitais queridinhas do público, o Nubank aparece em primeiro lugar na pesquisa, com 36% dos votos, seguido pelo Banco Inter (13%), Paypal (8%), PagSeguro (5%) e Mercado Pago (4%).
Um dos grandes destaques do estudo ficou para os serviços de pagamento online, que não pertencem aos chamados bancos digitais, mas entraram no gosto dos clientes. Com isso, 96% dos correntistas de bancos tradicionais usam os meios de pagamento rotineiramente.
Para Ximena Azcuy, a maior aderência do público aos serviços de pagamento online do que aos bancos digitais tem uma explicação. “Os serviços financeiros e os pagamentos começaram a se tornar mais inclusivos nos últimos dez, 15 anos, abrindo-se para atender a uma gama mais ampla de clientes.”
“A visão do Paypal de democratizar os pagamentos abriu possibilidades para os usuários ao redor do mundo participarem do sistema financeiro e usarem seu dinheiro de forma digital, isso muito antes da criação dos bancos digitais”, afirmou.
O levantamento foi realizado em agosto deste ano pela Rapyd, uma fintech-as-a-service que busca facilitar a integração entre empresas e clientes ao redor do mundo. No Brasil, a fintech atende empresas como o Hotmart e o Cornershop, e tem parceria com Dock, PagBrasil, SafetyPay, Banco Rendimento, FastCash, entre outros.
A pesquisa contou com a participação de 431 entrevistados de todo o país, entre homens e mulheres com conta bancária em bancos tradicionais, entre 20 e 65 anos.
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